sábado, 26 de junho de 2010

Paradoxalmente eu...


Acordei melodiosa
escrevendo rimas e inventando canções.
Refletindo sobre o que sou
e projetando o que desejo ser.
Quem sou eu afinal?!
Prosa ou poesia?
Dialética ou hermenêutica?
Romance ou ficção?
Talvez eu seja apenas um paradoxo.
Um ser e um não-ser.
Um duelo entre pensamentos,
ora contraditórios
ora complementares.
Até o fim deste dia,
desejo apenas SER.
Sem pensar no SOU.
Em busca, simplesmente, do VIVER.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Feliz aniversário pra mim!!!

Créditos da imagem: DeviantArt


E no meu aniversário, deixo-vos de presente  "A arte de ser feliz",
de uma das minhas escritoras preferidas: Cecília Meireles.
Espero que gostem!!!


Houve um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa e sentia-me completamente feliz.


Houve um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las? Eu não era mais criança, porém a minha alma ficava completamente feliz.


Houve um tempo em que minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa redonda. À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava histórias. Eu não podia ouvir, da altura da janela; e mesmo que a ouvisse, não a entenderia, porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as crianças tinham tal expressão no rosto, a às vezes faziam com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu participava do auditório, imaginava os assuntos e suas peripécias e me sentia completamente feliz.


Houve um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem com um balde e em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma regra: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.


Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Não se preocupe com nada
Porque cada pequena coisa vai dar certo
Não se preocupe com nada
Porque cada pequena coisa vai dar certo
Levantei de manha
Sorri com o raio de sol
Três pequenos pássaros
Pousaram no degrau da minha porta
Cantando canções doces
De melodias puras e verdadeiras
Dizendo: "esta é uma mensagem para você":
Não se preocupe com nada
Porque cada pequena coisa vai dar certo
Não se preocupe com nada
Porque cada pequena coisa vai dar certo.

 

E tenho dito!!!!

P.S.: Essa música é uma homenagem às minhas companheiras de trabalho que uma hora dessas devem estar queimando o juízo com os relatórios. [:)]

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Hoje eu quero confete.
Não para festejar, mas para colorir.
Se, ao menos, as cores forem minhas companheiras,
O céu parecerá mais azul,
As nuvens deixarão de ser cinzentas
E o sol aquecerá o meu coração.
Nem que seja, só por hoje.

Dicionariando…enquanto o sono não vem!


Coragem…
                           … é o medo brincando de ser super-homem!

Êta Teatrão Mágico!

Pelo retrovisor enxergamos tudo ao contrário
Letras, lados, lestes
O relógio de pulso pula de uma mão para outra e na verdade... ]
[ nada muda
A criança que me pediu dez centavos é um homem de idade ]
[ no meu retrovisor
A menina debruçando favores toda suja
É mãe de filhos que não conhece
Vendeu-os por açúcar
Prendas de quermesse
A placa do carro da frente se inverte quando passo por ele
E nesse tráfego acelero o que posso
Acho que não ultrapasso e quando o faço nem noto
O farol fecha...
Outras flores e carros surgem em meu retrovisor
Retrovisor é passado
É de vez em quando... do meu lado
Nunca é na frente
É o segundo mais tarde... próximo... seguinte
É o que passou e muitas vezes ninguém viu
Retrovisor nos mostra o que ficou; o que partiu
O que agora só ficou no pensamento
Retrovisor é mesmice em dia de trânsito lento
Retrovisor mostra meus olhos com lembranças mal resolvidas
Mostra as ruas que escolhi... calçadas e avenidas
Deixa explícito que se vou pra frente
Coisas ficam para trás
A gente só nunca sabe... que coisas são essas

Sobre crianças e pássaros...

Não é novidade que crianças, de um modo geral, desenvolvam uma boa relação com os animais. Também não é novidade que qualquer local que tenha bichos em exposição atraia a atenção destes pequenos grandes observadores. Imagina então aproximar crianças e animais no ambiente da escola?! Foi isto o que aquela escola resolveu fazer. Estreitar os laços entre crianças e animais criando um viveiro de pássaros. Ansiedade, curiosidade e muita imaginação povoavam a cabecinha daquelas crianças. O dia da inauguração foi muito aguardado por todos. Enfim, o viveiro estava pronto.  Em meio aos olhinhos brilhantes, sorrisos, barulhos e comentários das crianças, surgiu uma pergunta que silenciou tudo a minha volta e me deixou completamente sem fala: “Por que esses passarinhos estão aí presos?”. Na hora, não pensei muito numa resposta e disse o que normalmente nós adultos respondemos a uma criança numa situação dessas: “Eles estão aí para gente poder olhar para eles de pertinho, escutar o seu canto, ver como são bonitos. E eles não estão presos, estão soltos voando, tá vendo como tem muito espaço aí para eles?”. Resposta suficiente, diriam alguns. Não para aquele menino. Com um olhar triste ele retrucou: “Mas pra que eles querem esse espaço se no mundo eles podem ter muito mais? No mundo, eles podem ter todo o céu!”. Naquele mesmo instante senti um frio percorrer minha espinha e não soube responder. Só me restou calar. Não tinha o que dizer para aquela criança, que apesar de sua pouca idade, demonstrara tanta sensibilidade e sabedoria. Eu pensei saber de passarinhos. Ele provou saber de vôos. A pergunta do menino me lembrou Rubem Alves contando-me que “Há escolas que são gaiolas. Há escolas que são asas. Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-las para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.” Uma simples pergunta de criança me levou a pensar no tipo de educação que queremos construir. Com qual escola sonhamos? Gaiolas ou asas? Queremos pássaros engaiolados ou pássaros em vôo? Eu decidi voar. Escolhi encorajar vôos e abrir gaiolas. Voar pressupõe desprender-se das gaiolas, da educação tradicional, da prisão educacional na qual ainda vivem algumas crianças. Encorajar vôos exige coragem. Requer conhecimento, determinação, resistência, resiliência. Eu sonho com pássaros e céu azul. Pássaros que arriscam novos saltos e ousam novos destinos. E por mais que gaiolas ainda estejam sendo construídas, eu sei que enquanto existirem pássaros, existirá a possibilidade do vôo. O céu, não é o limite!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Dicionariando…enquanto o sono não vem!

Beliscão…
                               …é carinho ao avesso.

Por que a morte é só o princípio…


 Em uma aula de Biologia me ensinaram que começamos a morrer logo após o nascimento. Contraditório, diriam alguns. Após refletir sobre os segredos que envolvem a morte e a vida, cheguei a conclusão de que viverei logo após a minha morte. Difícil explicar? Não! Que os incrédulos duvidem, eles têm razão. Como ver o que hoje não é mais? Quando o meu hoje adormecer e o meu coração for só silêncio, a morte dará vida ao melhor de mim. E finalmente serei eterna, enquanto eterno for o meu Criador.