quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A menina e o reino das palavras...

      
       Ela era franzina, usava um par de óculos verdes e sapatinhos vermelhos. Costumava sair todas as manhãs para brincar no jardim, mas hoje sua rotina iria ser diferente. Em seu quarto de bonecas finalizava os últimos preparativos para o início de sua brincadeira. Seu destino mudou quando ela atravessou a porta de seu quarto em direção ao jardim. Não ouviu o barulho da água e o costumeiro pedido do seu pai por uma toalha. Não escutou o barulho da chaleira da cozinha avisando que o café estava pronto. Só conseguiu ouvir vozes confusas, gritos e muita barulheira vinda do quarto de seus pais. Eles brigavam. O motivo de todo aquele alvoroço ela não sabia. Assustada, resolveu descer as escadas e percorrer o caminho que a levava até a casa de sua avó. Do outro lado da rua. No meio do caminho esbarrou com um grupo de crianças que jogavam futebol na rua e só olhou para trás quando dois deles a xingaram. Antes de chegar à casa de sua avó, ainda conseguiu perceber as lágrimas que caíam do rosto de uma mulher. Acabara de saber que o marido a trocara por uma mulher mais jovem.
       Chegando a seu destino, a menina entrou apressada porta adentro. Com a respiração ofegante, sentiu o perfume e o calor aconchegante de sua avó e recostou-se em seu colo. Ficou ali por alguns minutos. Queria sentir-se protegida, afagada. Não entendia porque as pessoas ficavam tão tristes a ponto de brigar. Porque se desentendiam? Não era mais fácil desculpar-se e voltar tudo a ser como era antes?! – pensava a menina. Lembrou-se também das crianças sem carinho, sem casa e sem comida que via quando dobrava as esquinas. Algo estava fora do lugar. O silêncio da sala de sua avó só foi interrompido por uma pergunta:
       - Vó, de que são feitos os sentimentos?
       - Não sei minha pequena.
       - Será de papel, Vó?
      - Que idéia mais maluca, menina! Sentimentos são sentimentos. Não são feitos de material algum. Apenas sentimos. São como o vento. Não os vemos, mas sentimos e sabemos que eles existem. De alguma forma eles existem!
       Um silêncio incômodo inundou toda a sala. 
       - Sabe Vó, às vezes eu queria poder mudar as pessoas, os sentimentos das pessoas! - refletiu a menina.
       - E quem disse que você não pode? Chegue aqui mais perto, vou te contar uma história.       
       E acariciando o cabelo da menina a avó lhe contou uma história muito antiga. Sobre travesseiros, penas e palavras: Conta a lenda que, há muito tempo em um mosteiro, havia um aprendiz que fazia muitas perguntas e falava muito. Um monge muito sábio o chamou e pediu que ele pegasse um travesseiro recheado de penas e o acompanhasse. Os dois caminharam durante algum tempo e chegaram até o topo de um monte muito alto. Após alguns minutos o monge mandou que seu discípulo rasgasse o travesseiro e lançasse as penas ao vento. O discípulo bastante intrigado perguntou ao monge qual o motivo de tudo aquilo. E ele muito tranqüilo apenas disse: lance às penas ao vento.
       Assim o discípulo fez. Após lançar todas as penas o monge o chamou e pediu que ele recolhesse todas elas e enchesse o travesseiro novamente. O discípulo confuso disse-lhe: isso não é possível! Como posso juntar todas as penas? Elas agora estão voando ao vento. Espalharam-se todas! O monge o chamou novamente e lhe disse: as palavras são como as penas do travesseiro, quando são lançadas jamais conseguimos recolhê-las. Elas tomam seu destino conforme o vento as leva. Por isso temos que ter muito cuidado quando falamos ou escrevemos alguma coisa, pois o que proferirmos jamais retornará e com certeza vai atingir o alvo a qual foi direcionada. Seja para o bem ou para o mal.
       Com os olhos brilhando, a menina envolveu a avó em um abraço apertado e, sem dar mais explicações, correu até o outro lado da rua. Acabara de ter uma ideia. As coisas finalmente iriam voltar aos seus devidos lugares. A menina encheu o peito de esperanças, subiu as escadas de sua casa o mais rápido que pôde e entrou como um cometa em seu quarto. Tão rápido que mal teve tempo de fechar a porta. Juntou todos os papéis que encontrou pelo quarto e começou a picá-los, transformando-os num montante de tirinhas de papel. Em cada uma delas escreveu sentimentos humanos, valores e emoções. Fé, bondade, alegria, generosidade, cavalheirismo, fraternidade, delicadeza, humildade, fidelidade, compaixão, confiança, contentamento, amor, coragem, resiliência. Todos os bons sentimentos foram lembrados. Todos, sem exceção! Juntou os papeizinhos picados, colocou-os em um grande travesseiro e subiu até o ponto mais alto de sua cidade. Respirou bem fundo e desejou que cada uma daquelas palavras escritas cumprissem o seu destino conforme o vento as levasse. Esperou pelo vento mais forte e sentiu a brisa acarinhar os seus cabelos. Contou até três e jogou os papéis contra o vento. Eles começaram a cair como chuva em terra seca. Delicadamente. Deliciosamente.
       A menina ficou ali a ver os pequeninos papeis perderem-se ao vento e lançou um sorriso de satisfação aos céus. Seu plano haveria de dar certo! Quem lesse suas palavras dedicaria alguns minutos para reflexão. Pensaria em seus atos e em sua postura frente a vida. As palavras espalhariam-se pela cidade e transformariam as pessoas. Os sentimentos seriam germinados e os valores multiplicados. A menina não poderia deixar de acreditar num mundo mais sensível, mais igualitário. No seu retorno para casa sentiu uma brisa por entre os seus cabelos e notou quando um papelzinho caiu em seu bolso. Tirou-o devagar e o leu em voz alta: Esperança! Com o mesmo sorriso de criança e com seus olhos de menina ela teve a certeza: a Esperança acabara de dar-lhe as boas vindas.
                                                                                       
                                                                                      (Rebeka Costa)       

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Porque o amor não tem tempo nem idade…

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Meus dias tem retratos que os olhos mais distraídos não conseguem registrar.
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Foto tirada por mim enquanto eu passeava por uma pequena vila portuguesa chamada Ponte de Lima. Este casal de idosos ficou um tempão conversando. E conversavam e riam. Cena linda de se ver! Não poderia deixar de registrar.

Sobre a amizade II…

___friendship_forever____by_pagihari

Ajuda-me saber que não estou só. Mesmo que eu não saiba por onde ir. Mesmo que eu não tenha ideia de como prosseguir. Ajuda-me saber que meus olhos não serão os únicos a ver e, nem tão pouco, os meus ouvidos os únicos a ouvir. É bom saber que o choro, se vier, será partilhado. E que as alegrias, quando chegarem, serão multiplicadas: pelos sorrisos, pelos abraços e pela delícia de ser mais que um.

(Rebeka Costa)

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Sobre a amizade I...



[...] Hoje, me fala de você. Dos momentos em que a vida lhe doeu tanto que você achou que não iria aguentar. Fala das músicas que compõem a sua trilha sonora. Dos poemas que você poderia ter escrito, de tanto que traduzem a sua alma. Senta perto de mim e mesmo que estejamos rodeados por buzinas, gente apressada, perigos iminentes, faz de conta que a gente está conversando no quintal de casa, descascando uma laranja, os pés descalços, sem nenhum compromisso chato à nossa espera. A gente já brincou tanto de faz-de-conta quando era criança, onde foi que a gente esqueceu como se chega a esse lugar de inocência? Fala da lua que você admirou outra noite dessas, no céu. Da borboleta que lhe chamou à atenção por tanta beleza, abraçada a alguma flor, como se existisse apenas aquele abraço. Diz se quando você acorda ainda ouve passarinhos, mesmo que não possa identificar de onde vem o canto. Diz se a sua mãe cantava para fazer você dormir.

[...] Hoje eu quero conversar com um amigo pra falar também sobre as coisas bacanas da vida. As miudezas dela. A grandeza dela. A roda-gigante que ela é, mesmo quando a gente vive como se estivesse convencido de que ela é trem-fantasma o tempo inteiro. Um amigo pra falar de coisas sensíveis. Do quanto o ser humano pode ser também bondoso, honesto, afetuoso, divertido e outras belezas. Dos lugares onde nossos olhos já pousaram e daqueles onde pousam agora. Um amigo para conversar horas adentro, com leveza, de coisas muito simples, como a gente já fez mais amiúde e parece ter desaprendido como faz. Um amigo para se conversar com o coração.

E se não quisermos, não pudermos, não soubermos, com palavras, nos dizer um pouco um para o outro, senta ao meu lado assim mesmo. Deixa os nossos olhos se encontrarem vez ou outra até nascer aquele sorriso bom que acontece quando a vida da gente se sente olhada com amor. Senta apenas ao meu lado e deixa o meu silêncio conversar com o seu. Às vezes, a gente nem precisa mesmo de palavras.

                                                                                                                                  (Ana Jácomo)


Eu e os outros em mim...

Créditos da imagem: imaginary_friend___by_m0thyyku

Sou tantas, sou tão única. Não caibo em definições. Sou Cecílias, Clarices, Florbelas, Quintanas e Pessoas. Sou isto ou aquilo. Sou e, por vezes, não sou, esta é a questão! Amo o barulho e o silêncio. Gosto de estar só, mas não de permanecer só. Sou de sorrisos e caretas. De poucos, mas de bons amigos. Tenho os pés no chão e mantenho a cabeça nas nuvens. Alimento-me do belo e me definho sem música, livros e poesia. Sou a metamorfose da lagarta e a dualidade da borboleta. Sou o camaleão e suas infinitas cores. Sou reticências, nunca um ponto. Sou eu. Sou os outros em mim.

(Rebeka Costa)

domingo, 21 de novembro de 2010

Ímpar…

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E ouvindo o Pedro Pedroca respondi que…
O vazio aqui no peito às vezes ecoa para os demais espaços do corpo, mas o sorriso dos lábios atenua o pulsar de um só coração.
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Eita Pedroca, queria outro show como aquele! Foi bom demais!!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Indo degavar...


Faz tempo que eu parei de tentar ser boa em alguma coisa.
Nem todas as coisas foram feitas para serem boas.
Nem todas as boas pessoas foram feitas para serem alguma coisa.
Nem todas as pessoas precisam ser boas em alguma coisa para fazerem alguma coisa boa.

(Rebeka Costa)

domingo, 24 de outubro de 2010


Meu mais novo queridinho. Vive ao lado do Pedroca na radiola lá de casa.

sábado, 4 de setembro de 2010

Falso amor...

Créditos da imagem: julkusiowa_DeviantArt

Por não ter sido achada, ela se perdeu de si mesma. Deixou-se enganar pelas falsas promessas, pelos silêncios sórdidos e pela ilusão de viver um grande amor. Seus valores, suas crenças, seu sorriso, nada mais eram que reflexos de uma vida idealizada. Idealizada, porém sentida com o mesmo vigor de um beijo apaixonado. Beijo este que nunca deu. Nunca partilhou. Jamais viveu. Seu delírio de uma vida perfeita pesava-lhe nas costas como uma mochila repleta de livros. De histórias. Não conseguia se desvencilhar e nem tão pouco crer que seu romance possuía enredo ficcional. Era cruel acreditar que as horas investidas, as palavras trocadas e o sentimento doado eram peças perdidas de um quebra-cabeça incompleto. Sentia-se só! Dor. Angústia. Ilusões. Chôro. Desilusões. Era tudo o que lhe restara. Nem a música do seu radinho de pilha era capaz de preencher o vazio dos seus silêncios. Ver tinha sido mais doloroso do que permanecer cego, refletiu ela. Tomou uma decisão. Com um instrumento cortante em punho, pôs fim ao seu sofrimento. Feriu aquele que antes havia lhe ferido. Machucou as janelas de sua alma com a mesma intensidade que machucaram o seu coração. E por não ter sido amada, ela se perdeu por amor.

(Rebeka Costa)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Com a palavra: Clarice Lispector.

domingo, 15 de agosto de 2010

Hipnotizante!!!

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Para conhecer mais: http://www.myspace.com/davethomasmusic

sábado, 24 de julho de 2010

De novo, de novo e de novo...


Créditos da imagem: Hard_time_for_dreamers_by_BECHABESNA

Porque de fim a VIDA tá cheia. O que lhe falta são os RECOMEÇOS.

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"Esses são tempos difíceis para os sonhadores."

Reflexos e reflexões...

Créditos da imagem: Deviantart

No reflexo do espelho, me vi por inteiro.
Espectros do que sou
Imagens do que fui.
E visões do que serei.
No reflexo do espelho me li por inteiro.
Histórias protagonizadas
Emoções compartilhadas
E dores experimentadas.
No reflexo do espelho, me despi por inteiro.
Dos meus medos mais antigos
Dos meus anseios mais suprimidos
E das minhas desilusões mais amargadas.
No reflexo do espelho me vesti por inteiro.
Da coragem de ser quem eu sou
Da liberdade de sonhar o que for
E da felicidade de viver por amor.

(Rebeka Costa)

quarta-feira, 21 de julho de 2010




A lucidez das tuas palavras é tão crua que (des)equilibra os meus sentidos.

De alma lavada...

Créditos da imagem: DeviantArt

E chorando
vou lavando a alma
de dentro para fora.

(Rebeka Costa)

sábado, 17 de julho de 2010

Diálogos entre a menina e o tempo...

Créditos da imagem: DeviantArt
A menina perguntou ao tempo
quanto tempo era necessário
para que em todo o tempo
ela se sentisse feliz.

O tempo respondeu à menina
que todo o tempo não seria tanto tempo
porque mesmo depois de todo esse tempo
da felicidade ele era apenas aprendiz.

(Rebeka Costa)

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Escrito após ler o trava-língua "O tempo".

Sobre o tempo...

Créditos da imagem: DeviantArt






O tempo voa?
Essa é boa!
Voa é quem segue a toa
vendo o tempo passar.









sexta-feira, 16 de julho de 2010

Solidão compartilhada...

Créditos da imagem: DeviantArt


Há aqui dentro mim uma solidão tão minha
que mesmo sem eu querer,
por vezes, caminha em direção aos passos meus.
E enganam-se os que pensam que me sinto só.
Puro desatino!
Essa solidão que me acompanha
trás em seus versos sussurros de um destino
traçado por sonhos, trilhado por alegrias e vivido por amor.

(Rebeka Costa)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

De canudinho...


Saí para beber o azul do céu,
O calor do sol,
E um coquetel de primaveras.
De canudinho
Devagarinho
Que é pro tempo passar sem pressa.

(Rebeka Costa)

sábado, 26 de junho de 2010

Paradoxalmente eu...


Acordei melodiosa
escrevendo rimas e inventando canções.
Refletindo sobre o que sou
e projetando o que desejo ser.
Quem sou eu afinal?!
Prosa ou poesia?
Dialética ou hermenêutica?
Romance ou ficção?
Talvez eu seja apenas um paradoxo.
Um ser e um não-ser.
Um duelo entre pensamentos,
ora contraditórios
ora complementares.
Até o fim deste dia,
desejo apenas SER.
Sem pensar no SOU.
Em busca, simplesmente, do VIVER.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Feliz aniversário pra mim!!!

Créditos da imagem: DeviantArt


E no meu aniversário, deixo-vos de presente  "A arte de ser feliz",
de uma das minhas escritoras preferidas: Cecília Meireles.
Espero que gostem!!!


Houve um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa e sentia-me completamente feliz.


Houve um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las? Eu não era mais criança, porém a minha alma ficava completamente feliz.


Houve um tempo em que minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa redonda. À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava histórias. Eu não podia ouvir, da altura da janela; e mesmo que a ouvisse, não a entenderia, porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as crianças tinham tal expressão no rosto, a às vezes faziam com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu participava do auditório, imaginava os assuntos e suas peripécias e me sentia completamente feliz.


Houve um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem com um balde e em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma regra: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.


Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Não se preocupe com nada
Porque cada pequena coisa vai dar certo
Não se preocupe com nada
Porque cada pequena coisa vai dar certo
Levantei de manha
Sorri com o raio de sol
Três pequenos pássaros
Pousaram no degrau da minha porta
Cantando canções doces
De melodias puras e verdadeiras
Dizendo: "esta é uma mensagem para você":
Não se preocupe com nada
Porque cada pequena coisa vai dar certo
Não se preocupe com nada
Porque cada pequena coisa vai dar certo.

 

E tenho dito!!!!

P.S.: Essa música é uma homenagem às minhas companheiras de trabalho que uma hora dessas devem estar queimando o juízo com os relatórios. [:)]

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Hoje eu quero confete.
Não para festejar, mas para colorir.
Se, ao menos, as cores forem minhas companheiras,
O céu parecerá mais azul,
As nuvens deixarão de ser cinzentas
E o sol aquecerá o meu coração.
Nem que seja, só por hoje.

Dicionariando…enquanto o sono não vem!


Coragem…
                           … é o medo brincando de ser super-homem!

Êta Teatrão Mágico!

Pelo retrovisor enxergamos tudo ao contrário
Letras, lados, lestes
O relógio de pulso pula de uma mão para outra e na verdade... ]
[ nada muda
A criança que me pediu dez centavos é um homem de idade ]
[ no meu retrovisor
A menina debruçando favores toda suja
É mãe de filhos que não conhece
Vendeu-os por açúcar
Prendas de quermesse
A placa do carro da frente se inverte quando passo por ele
E nesse tráfego acelero o que posso
Acho que não ultrapasso e quando o faço nem noto
O farol fecha...
Outras flores e carros surgem em meu retrovisor
Retrovisor é passado
É de vez em quando... do meu lado
Nunca é na frente
É o segundo mais tarde... próximo... seguinte
É o que passou e muitas vezes ninguém viu
Retrovisor nos mostra o que ficou; o que partiu
O que agora só ficou no pensamento
Retrovisor é mesmice em dia de trânsito lento
Retrovisor mostra meus olhos com lembranças mal resolvidas
Mostra as ruas que escolhi... calçadas e avenidas
Deixa explícito que se vou pra frente
Coisas ficam para trás
A gente só nunca sabe... que coisas são essas

Sobre crianças e pássaros...

Não é novidade que crianças, de um modo geral, desenvolvam uma boa relação com os animais. Também não é novidade que qualquer local que tenha bichos em exposição atraia a atenção destes pequenos grandes observadores. Imagina então aproximar crianças e animais no ambiente da escola?! Foi isto o que aquela escola resolveu fazer. Estreitar os laços entre crianças e animais criando um viveiro de pássaros. Ansiedade, curiosidade e muita imaginação povoavam a cabecinha daquelas crianças. O dia da inauguração foi muito aguardado por todos. Enfim, o viveiro estava pronto.  Em meio aos olhinhos brilhantes, sorrisos, barulhos e comentários das crianças, surgiu uma pergunta que silenciou tudo a minha volta e me deixou completamente sem fala: “Por que esses passarinhos estão aí presos?”. Na hora, não pensei muito numa resposta e disse o que normalmente nós adultos respondemos a uma criança numa situação dessas: “Eles estão aí para gente poder olhar para eles de pertinho, escutar o seu canto, ver como são bonitos. E eles não estão presos, estão soltos voando, tá vendo como tem muito espaço aí para eles?”. Resposta suficiente, diriam alguns. Não para aquele menino. Com um olhar triste ele retrucou: “Mas pra que eles querem esse espaço se no mundo eles podem ter muito mais? No mundo, eles podem ter todo o céu!”. Naquele mesmo instante senti um frio percorrer minha espinha e não soube responder. Só me restou calar. Não tinha o que dizer para aquela criança, que apesar de sua pouca idade, demonstrara tanta sensibilidade e sabedoria. Eu pensei saber de passarinhos. Ele provou saber de vôos. A pergunta do menino me lembrou Rubem Alves contando-me que “Há escolas que são gaiolas. Há escolas que são asas. Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-las para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.” Uma simples pergunta de criança me levou a pensar no tipo de educação que queremos construir. Com qual escola sonhamos? Gaiolas ou asas? Queremos pássaros engaiolados ou pássaros em vôo? Eu decidi voar. Escolhi encorajar vôos e abrir gaiolas. Voar pressupõe desprender-se das gaiolas, da educação tradicional, da prisão educacional na qual ainda vivem algumas crianças. Encorajar vôos exige coragem. Requer conhecimento, determinação, resistência, resiliência. Eu sonho com pássaros e céu azul. Pássaros que arriscam novos saltos e ousam novos destinos. E por mais que gaiolas ainda estejam sendo construídas, eu sei que enquanto existirem pássaros, existirá a possibilidade do vôo. O céu, não é o limite!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Dicionariando…enquanto o sono não vem!

Beliscão…
                               …é carinho ao avesso.

Por que a morte é só o princípio…


 Em uma aula de Biologia me ensinaram que começamos a morrer logo após o nascimento. Contraditório, diriam alguns. Após refletir sobre os segredos que envolvem a morte e a vida, cheguei a conclusão de que viverei logo após a minha morte. Difícil explicar? Não! Que os incrédulos duvidem, eles têm razão. Como ver o que hoje não é mais? Quando o meu hoje adormecer e o meu coração for só silêncio, a morte dará vida ao melhor de mim. E finalmente serei eterna, enquanto eterno for o meu Criador.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

E no Dia Nacional da Mata Atlântica…

 

 

sos-mata-atlantica1 

Faça a sua parte. Plante uma muda!!

http://www.clickarvore.com.br/

Na radiola lá de casa toca…

Pedrinho pedroca…Maravilhoso!!!

sexta-feira, 19 de março de 2010

E se com esse emaranhado de pensamentos...

"Pudesse abrir a cabeça, tirar tudo para fora,
arrumar direitinho como quem arruma uma gaveta.
Tomar um banho de chuveiro por dentro." (Caio F.)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010


"Os tropeços que você enfrenta rumo ao topo da montanha não fazem com que a visão do topo tenha menos significação. Pelo contrário, eles fazem com que a visão seja ainda mais preciosa e significativa." (Karl Anderson)

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

E no carnaval de máscaras...


E eles dizem: "Viva o carnaval!"


Créditos da imagem: Céo Pontual.
Indico o site pra quem quiser. Vale muito a pena!

Proteger-se tanto vai fazer com que você não viva. 
E não viver, é estar morto por dentro!

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Los domingos [2]...

Dia
Obrigatoriamente
Manhoso.
Imagino
Nuvens
Gotejando
Orvalho

De
Extrema

Transparência,
Enquanto
Desejo
Inutilmente
Ouví-las

Colcha de retalhos...


Saí para caminhar na areia e cuidar das coisas da solidão.
Acima de mim, um céu azul e nuvens prateadas.
A cada passo dado, cacos de lembranças iam sendo recolhidos.
Lágrimas risonhas,
Sorrisos melancólicos,
Sentimentos inacabados.
Retalhos velhos do que parecia ser
um emaranhado perfeito de seda pura.
E enquanto caminhava,
tentando me desfazer dos nós,
Me vi mais leve
costurando cores, tecendo imagens,
e reconstruindo sonhos
Numa bela, porém imperfeita, colcha de retalhos.

Los domingos...


E os domingos seguem assim...cinzentos.


quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Surpresa de hoje


E andando por outros blogs encontrei essa menina dos olhos de mel.
Para quem quiser conhecer:

Conversas em dia de chuva...



Por que eu adoro a chuva?!
Porque a chuva altera meu humor,
E o humor, faz tilintar meu coração
E o coração derrete-se em sorrisos,
E os sorrisos atraem as borboletas
E as borboletas despertam as borboletras
E as borboletras, shiiiiii...
Essas sussurram de mim baixinho, bem baixinho.
Para que a tristeza não acorde as lágrimas,
As palavras não se percam no vazio
E a felicidade não desista de soprar minhas bolhas de sabão.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

(Des)encontro.


Eu parei para ouvir o silêncio.

Ele não parou para me ouvir.

Passou por mim sem ao menos me cumprimentar.

Sequer me olhou.

Parecíamos dois estranhos!

Estranho é pensar que por vezes estivemos juntos.

E que mesmo calados éramos cúmplices.

Amantes.

Ele passou. Eu o vi. Mas nos perdemos.

E desse (des)encontro restou

Poeira nos pés,

Saudade no peito,

E o pulsar de um só coração.