
Aos poucos, tento lembrar-me do que vivi na pequena
Vila das Aves-PT, do que ouvi durante aquele dia e, silenciosamente, sou atraída por um de meus poetas preferidos. Imagino que ele, Mário Quintana, deveria estar à beira-mar, à sombra de um coqueiro, quando em seu poema
“Porto parado”, escreveu:
“No movimento lento das barcaças amarradas... O dia, sonolento, vai inventando as variações das nuvens...”. Talvez me perguntem o que o movimento lento dos barcos e as variações das nuvens tem haver com educação e muito menos com a
ESCOLA DA PONTE. Permita-me explicar-lhes! Por vezes, nós que trabalhamos em Educação e acreditamos numa proposta de educação diferenciada, sentimo-nos como as barcaças do poema de Quintana: “presos”; amarrados a uma educação tradicional, preocupada com valores, rendimentos financeiros e números expressivos. Apesar das cordas, não nos rendemos e continuamos a nos mexer, a fazer desenhos por sobre as pequenas ondas, a inventar variações das nuvens, das práticas pedagógicas realizadas mundo afora! Nuvens parecidas com a Ponte, desenhos tão coloridos quanto os de Reggio. Somos tantos os barcos espalhados em portos diferentes,

capazes de ondas gigantescas e revoluções educacionais. É preciso coragem, resistência, determinação, conhecimento e resiliência para navegar por mares desconhecidos, desbravar novos portos, novas águas, agitar outras ondas para, quem sabe, acabar por mexer com todo o oceano; algumas vezes tão assustador, mas oceano tão cheio de possibilidades!
1 comentários:
ô menina Rebeka, estais a mexer muito comigo com estes teus escritos. Amei, vou usar no Santa esse textinho.
Enviar um comentário